Dança e Acrobacia

Em meio à Pandemia da COVID-19, distantes, isolados, buscamos formas de nos manter perto, de manter vínculos. Assim nasceu a performance, que se utilizou de verbos como inspiração para a criação. 

Já tentou ficar numa parada de mão? 
Então sabe exatamente como eu estou me sentindo na quarentena! É alinhar todo o seu corpo de cabeça pra baixo. E vocês sabem né, uma hora cai! Ou cai toda hora!

Existe um tempo para todas as coisas! Soltar também é caminhar para frente. É reconhecer que não é o seu momento de puxar. É entender que é o momento de relaxar, respirar, reiniciar... Não somos ilha! Necessitamos de contato. Carecemos de base. Precisamos ser base. Como encontrar apoio sem estar perto? Como se fazer presente para apoiar, sem poder estar ao lado? 
Sentir tudo de todas as maneiras! Viver tudo de todos os lados! Ser a mesma coisa de todos os modos possíveis ao mesmo tempo!
Realizar em si toda a humanidade, de todos os momentos, num só momento de fuso, profuso, completo e longínquo.

Movimento com harmonia, que não se torna mania. No encaixe da batida perfeita, meu corpo se ajeita, tentando se encaixar, nesse mundo imperfeito.
Na bagagem da vida levo frases e versos onde tento encaixar os movimentos mais sinceros!

De breves suspiros e sorrisos, a possibilidade do que é possível em ser, do acontecer no tempo e espaço, por acaso ou como resultado do querer. Querer estar, querer ficar, querer tentar... Confiar é se abrir em fragilidade e compartilhar com o outro um espaço seu. 
Confiar é segurar a mão do próximo, sabendo que ela não vai se soltar. É fazer coletivo, “para que juntos possamos fazer
aquilo que eu não quero
aquilo que eu não posso
aquilo que eu não vou fazer sozinho.” 

Autoria do texto: Integrantes da Cia Arriscado